Você já deve ter ouvido falar em dissociação. A dissociação é um mecanismo de defesa da nossa psique que atua quando estamos em estado de conflito, situações traumáticas ou em situações de estresse. A dissociação pode causar perdas de memórias, distorção da realidade, sensação de irrealidade e até mudanças de personalidade.
A dissociação ocorre em vários transtornos mentais, mas pode ocorrer com qualquer pessoa em situação de estresse ou situações em que a realidade é muito angustiante. Na verdade, escolhi este assunto para reflexão, pois a dissociação tem sido cada vez mais comum e não necessariamente em transtornos mentais.
Quem nunca deixou o celular na geladeira? Quem nunca pegou o celular para ver as horas e esqueceu por que pegou o celular? Quem nunca foi até um ambiente de casa e esqueceu o que foi fazer lá? Isso ocorre com frequência entre as pessoas e cada vez mais. Mas então, o que será que está acontecendo para observarmos cada vez mais comportamentos deste tipo não necessariamente patológicos?
A vida moderna com estímulos por todos os lados contribui enormemente para a dissociação. Esquecemos que temos um corpo que sente. Ficamos atolados nos pensamentos. A mente flui em alta velocidade, pensamentos de vários tipos vem e vão e voltam. Pensamos nas tarefas do dia, na agenda, se vamos agradar o chefe, as mensagens que ainda não respondemos, entre outras. A hora da refeição é usada para, além de nos alimentarmos, fazer aquela tarefa que ficou atrasada ou mesmo para responder aquelas mensagens que não tivemos tempo para responder.
O uso do celular prejudica muito a presença, pois os eletrônicos causam um split na mente, pois dividimos a atenção entre a realidade e o online quase que o tempo todo. Nas crianças isso pode ser ainda mais prejudicial, pois seu sistema nervoso anda está amadurecendo.
O nosso cérebro responde ao estresse liberando adrenalina e cortisol, os hormônios do estresse. Mas pense nisso atuando o tempo inteiro no organismo. Há um desequilibro constante o que explica várias doenças autoimunes, Burnout, entre outras doenças, até mesmo Câncer.
Mas então, como lidar com este cenário da vida moderna? A minha orientação é sempre no sentido de participar de atividades que vão no sentido oposto ao estímulo do celular. Trabalhos manuais como tricot e crochê (sou super fã e adepta), jogos de tabuleiro, baralhos, viagens que promovam contato com a natureza são uma excelente ferramenta para compensar o uso do celular e acalmar o estresse!
Temos que pensar que a consciência é uma grande aliada. Pois quando temos consciência, podemos fazer escolhas diferentes. E para escolher diferente, não precisa deixar a corda esticar demais. Tem pessoas que só começam a escolher um caminho mais saudável, depois que chegam no seu limite, sofrem Burnout, por exemplo. Se você está prestando atenção a este conteúdo, é por que uma parte de você já acordou para escolhas mais saudáveis para seu corpo, mente e alma.
Procure fazer as coisas de forma mais devagar. Procure, fazer as coisas com foco no que está fazendo, preste atenção nos detalhes, preste atenção ao que você está comendo. Saboreie a comida. Olhe para os lugares que você passa como se fosse a primeira vez, como se você estivesse viajando. Não fazemos assim quando viajamos?
São coisas simples, mas que fazem toda a diferença. Muitas vezes se tivéssemos vivido um certo momento de forma mais integrada e consciente, faríamos escolhas diferentes. Quem nunca já viveu uma situação em que pensou que se tivesse percebido uma situação de forma mais consciente, teria feito outra escolha? A meditação é uma aliada para nos tornar mais conscientes da nossa presença. A prática constante possibilita um maior foco e presença nas situações cotidianas.
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